Estudo reforça ideia de que a paternidade civiliza o homem...

Um estudo agora publicado na revista «Proceedings B» revela que a paternidade reduz significativamente os níveis de testosterona no homem.

Uma investigação realizada nos EUA já tinha provado que os níveis de testosterona eram mais elevados em homens que ainda procuravam o seu par (relacionando-se com os esforços empreendidos na conquista amorosa e com a competição masculina) do que em homens casados, com filhos (factor associado ao instinto de protecção).
Investigadores americanos, da Universidade Charles Drew, em Los Angeles, de Harvard e da Universidade do Nevada decidiram repetir a experiência na China, para verificar se noutras culturas o resultado era semelhante. A investigação permitiu verificar que os comportamentos dos homens chineses e americanos são, neste aspecto, bastante semelhantes. O estudo foi agora publicado na revista científica ««Proceedings of the Royal Society (Series B)»».

Para chegar a essa conclusão, os investigadores recrutaram 126 habitantes de Pequim, com idades compreendidas entre os 21 e 38 anos, que responderam a um questionário. Estes forneceram ainda amostras de saliva, de manhã e à noite, que foram analisadas para medir os seus níveis de testosterona.

A experiência permitiu verificar que os 66 solteiros tinham níveis da hormona masculina ligeiramente mais elevados do que os 30 que eram casados, embora a diferença não fosse significativa.
Já os 30 homens casados e com filhos exibiram níveis de testosterona substancialmente mais baixos, quando comparados com os dos outros dois grupos (solteiros e casados sem filhos).
Em relação aos pais, verificou-se que não existiam grandes variações entre aqueles que tinham crianças com menos de 4 anos e os que tinham filhos mais crescidos.

Estes dados permitiram reforçar a ideia de que os níveis hormonais se modificam, de acordo com o contexto emocional e familiar do homem.
Segundo um especialista britânico, citado pela BBC, esta redução foi a forma encontrada pela natureza para assegurar que os homens se comportam de uma forma mais «civilizada», pelo menos durante um curto período de tempo, travando comportamentos agressivos que poderiam pôr em risco a educação da criança.

Nick Neave, psicólogo da Universidade de Northumbria, também não se mostrou surpreendido com os resultados.
«Existem obviamente factores culturais relacionados com a paternidade, mas nós pertencemos a uma espécie animal, e não estamos assim tão distantes dos animais - embora gostemos de pensar que sim» - explicou à BBC.
A redução dos níveis hormonais permite que o homem fique por perto e ajude a tomar conta do filho, frisou. Apesar disso, lembrou que o factor idade também deve ser tido em consideração, já que é normal que os níveis de testosterona sejam mais elevados em homens mais jovens.

in CIBÉRIA
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